12 de dez. de 2023

Rony Meisler
De nada adianta a criatividade se você não tiver coragem para colocar suas ideias de pé.
A criatividade é absolutamente treinável. Quanto mais você lê, frequenta espetáculos, exposições de arte ou viaja pelo mundo, mais referências você colecionará em sua mente e quando você precisar ter uma ideia seu cérebro misturará referências e te entregará uma ideia criativa.
Entretanto, de nada adianta a criatividade se você não tiver coragem para colocar suas ideias de pé.
Assim sendo, creio que a coragem seja a matéria-prima da vida. É ela que nos move a transformar amor em família, ideias em empreendimentos, tinta em arte, palavras em poesia, cimento em prédios e etc etc.
Dias desses eu li o fantástico “O Chamado da Coragem” do genial Ryan Holiday (Ed. Intrínseca), cuja a obra completa é absolutamente recomendável.
O objetivo deste último artigo do ano era o de falar sobre a coragem e confesso que até rabisquei um início de texto, mas conclui que nenhuma tese ou reflexão a respeito do tema, seria melhor do que simplesmente usar este nobre espaço para destacar aquelas que, em minha opinião, são as melhores passagens do livro.
1. Os bons líderes são vendedores de esperança e assassinos do medo.
2. Tudo de importante, quando você começar, você será minoria. Até que você deixará de ser.
3. O mundo não deveria ser dividido em pessoas boas ou más, mas sim em pessoas corajosas ou covardes. 95% dos covardes são capazes de fazer coisas vis e letais quando ameaçados.
4. Um fato comum que acontece com todos os tiranos, de Nixon a Weinstein, e os leva a queda: alguém primeiro tem a coragem de causar um arranhão na armadura deles e depois muita gente vem atrás e os derruba.
5. “Chega um ponto em que o silêncio é traição.” Martin Luther King Jr.
6. Os bem comportados quase nunca fazem história.
7. “O que faz você perder o sono?”, perguntaram a James Mattis e, antes de pergunta ser concluída, ele respondeu: “Eu faço as pessoas perderem o sono.”
8. “Se conseguirem obrigar você”, coloca Sêneca as palavras na boca de Hércules em uma de suas peças, “é porque você se esqueceu de como morrer”.
9. Quem gosta de rotular os outros o faz por medo. Difícil. Estranho, Imprevisível. Encrenqueiro. Gay. Esquisitão. É assim que os covardes gostam de chamar os corajosos que os desafiam.
10. Saber a verdade e não dizer a verdade é trair a verdade.
11. A dificuldade limita os covardes e instiga os corajosos.
12. Corajosos preferem ser parte da solução ao invés de serem apenas observadores.
13. Por definição, cada um de nós é único. Nosso DNA jamais existiu antes de nascermos. No entanto, o que fazemos com esse patrimônio? Nós o repelimos. Escolhemos não ser nós mesmos. Escolhemos seguir o rebanho e não chamar atenção.
14. O medo é uma descarga emocional temporária. Pode ser perdoado. Estar amedrontado é um estado, é permitir que ele nos domine. É uma desgraça.
15. Quase tudo novo, notável, foi feito sob objeções barulhentas do status quo.
16. É difícil para as pessoas serem corajosas quando o salário delas esta em jogo. Não deveria ser, mas é.
17. Quando algo diz que você não tem permissão. Decida testemunhar. Dizem para não ouvirmos o medo, mas, talvez, deveríamos ouvir atentamente e, então, fazer o contrário.
18. Sem coragem, você não passará. A multidão pegará você... ou você se tornará parte da multidão.
19. Você sabe qual é a frase mais dita na Bíblia? É “nada temas”.
20. Coragem também é simplesmente não ter medo do seu chefe, é tomar a decisão de seguir sua criatividade, é definir um limite ético, é ser um esquisitão, se essa for sua identidade.
21. A responsabilidade sempre recai sobre o verdadeiro líder. A frase “Não é minha culpa e sim sua” não existe em seu vocabulário.
22. A covardia dos outros cria as oportunidades para a ação de um herói.
23. “Não existe um problema tão grave que você não possa piorar”, não devemos nos esquecer de que toda a energia que gastamos temendo o que podemos piorar é energia não despendida em busca do que podemos melhorar.
Quando criança eu era bom de bola. Eu ia bem nos treinos, mas jogava mal nos campeonatos. Isso me perturbou emocionalmente até a fase adulta da minha vida. Então, começamos a empreender a Reserva e, apesar das enormes dificuldades de empreender no Brasil, fomos pouco a pouco ganhando os “campeonatos” do mercado. Treinávamos e jogávamos bem. E então, refletindo com o paradoxo do passado com o presente, cheguei a uma conclusão, que para mim foi um ponto de inflexão de vida:
Eu jogava bem nos treinos e mal nos campeonatos de futebol, pois eu tinha medo da torcida. Ela me paralisava e me tirava o foco da bola, do time e do gol. A descoberta precoce da minha vocação profissional (o varejo de moda) e o amor por aquilo que fazíamos me fizeram pouco me lixar para o que os outros pensavam de nós, e, portanto, perdemos o medo de errar.
O amor é o oposto do medo, pois só quando amamos o que fazemos temos a coragem necessária para lutar, cair e levantar, sorrir e chorar, independentemente do que os outros acharão disso. Isso normalmente cria um círculo virtuoso de atração de pessoas movidas pelos mesmo amor, raça e vontade de fazer acontecer.
E é justamente nesse ponto de inflexão que pessoas e negócios começam a se tornar eternos.
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