21 de set. de 2022

Rony Meisler
Marcas colaboram na criação de produtos a serem lançados a preços democráticos e em edição limitada - modelo atrai consumidores e mostra que “juntos somos mais fortes”, diz Rony Meisler, CEO do Grupo Reserva.
Adidas e Kanye West. Louis Vuitton e Supreme. Reserva e NBA. Nike e Off-White. Oficina Reserva e Peaky Blinders. Gucci e Adidas. Offwhite e Louis Vuitton. Farm e Adidas. Versace e Fendi. Swatch e Omega.
Nos últimos anos fomos positivamente impactados e muito influenciados por parcerias criativas entre marcas, pessoas e negócios que antes pareciam impossíveis.
A elas o mundo deu o charmoso nome de “colaborações” ou, para os modernos, “colabes”. Já há algum tempo me dedico a estudá-las buscando compreender, e aplicar em nossos negócios, o que considero ser o “framework” perfeito de geração de valor de marca: duas marcas colaboram na criação de uma coleção ou grupo pequeno de produtos para serem lançados a preços democráticos para os seus padrões e em edição limitadíssima.
Semanas antes do lançamento ambas começam a postar “spoilers” em suas redes sociais, falando sobre a data e a hora do lançamento, e também distribuindo links para cadastro em uma “landing page” descritiva da “colabe” para que os clientes sejam avisados assim que começar a venda. Isso gera expectativa, muitos cadastros e seguidores nas mídias sociais.
Na proporção em que o dia do lançamento vai chegando, os produtos e campanhas de lançamento começam a ser divulgados também por sites importantes e influenciadores conhecidos, o que gera ainda mais engajamento nas redes sociais e cadastros nos sites das marcas.
No horário marcado para o lançamento os clientes cadastrados são notificados e os estoques acabam em segundos.
Minutos depois esses mesmos produtos já estarão sendo revendidos a preço de obras de arte em “marketplaces” como o eBay e a Amazon pelos felizardos que os conseguiram comprar.
Os veículos de comunicação começam a noticiar o fato de que a colaboração acabou em segundos e falam sobre os novos preços pelos quais estão sendo revendidos.
Isso desperta no consumidor ainda mais desejo e vontade de comprar, com rapidez, no próximo lançamento.
De maneira disciplinada o mesmo ciclo virtuoso é repetido semanal, quinzenal ou mensalmente pelas marcas, com novos parceiros.
Uma vez explicado o “framework” você pode estar se perguntando o que as marcas ganham com isso uma vez que a quantidade desses lançamentos é pequena e o preço da venda primária é acessível, deixando toda a margem alta para os sortudos compradores e revendedores.
Em primeiro lugar, ao desenvolverem um produto com uma marca parceira, e possivelmente de outro segmento de mercado, elas aprendem tecnicamente sobre como fazer o marketing e a venda desse produto.
Em segundo lugar, elas ganham consumidores umas das outras através das mídias sociais e do CRM (o processo de relacionamento com o cliente), aplicado no lançamento.
Em terceiro lugar, e mais importante, tal como acontece no mercado das artes plásticas, o sentimento de escassez e o preço altíssimo de revenda das colaborações fazem com que a percepção de valor das marcas aumente muito e, consequentemente, permite que elas possam vender mais e com maior margem suas coleções e produtos principais.
Dizem que as marcas influenciam o comportamento humano. Portanto, fica aqui a torcida desse varejista e articulista para que o sucesso desse novo modelo de negócios possa também ensinar para uma humanidade, cada vez mais polarizada, que juntos sempre somos mais fortes.
Na próxima coluna me dedicarei a contar um pouco sobre nossas experiências na web3 e sobre como acreditamos que o “blockchain” descentralizará e mudará para sempre a relação das marcas com seus consumidores.
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