O mundo imaginado por John Lennon, quem diria, parece ter sido desenhado e programado por um cyberpunk libertário de codinome Satoji Nakamoto.

Imagine um mundo no qual todo e qualquer empreendedor (a) possa apresentar seu negócio ou plano de investimentos e fazer uma “oferta pública” do capital da companhia sem intermediários, com total transparência, segurança e rastreabilidade.

Imagine: a governança deste negócio é descrita em um código computacional 100% seguro e portanto, executada automaticamente sem margem para subjetividades ou exceções; os processos são geridos de maneira 100% transparente, automática e com total rastreabilidade da cadeia de fornecimento para dentro e fora da companhia; todos os sócios do negócio são automática, proporcional e diretamente remunerados - sem intermediários - com os seus proventos mensais/anuais.

Se o mundo aqui descrito parece distante é porque você ainda não entendeu o que é o Blockchain. Em 2008 um programador de codinome Satoji Nakamoto divulgou um “white-paper” para a criação de uma moeda chamada Bitcoin - poderia ser transferida de usuário a usuário, sem uma instituição financeira intermediando a transação.

O objetivo era transferir poder das instituições financeiras para as pessoas.

A tecnologia de blockchains permite a programação de “contratos inteligentes”, capazes de executar automaticamente qualquer regra de negócios usando para isso uma rede descentralizada e global de milhões de computadores.

Nos últimos 20 anos, fundadores de empresas como Amazon, Airbnb, Uber, Google, Facebook e Apple lutaram contra grandes corporações usando o argumento de “descentralização do poder”. E venceram. Porém, ao vencer, tornaram-se os novos donos do poder.

É justamente aqui onde mora a beleza do Blockchain: a tecnologia com potencial de nos libertar do sistema financeiro é capaz de, ao descentralizar qualquer transação, nos libertar de intermediários, entregando o poder, enfim, a quem lhe é direito; o povo.

Se o conselho é bom, o exemplo arrasta. Portanto, cito aqui alguns bons exemplos reais de uso da tecnologia.

Em vez de comprar um apartamento inteiro, podem-se comprar alguns metros quadrados, alugar essa parte e receber o aluguel através de plataformas como o NetSpaces.

Você pode participar de uma comunidade cheia de benefícios da Reserva, caso seja dono de um PistolBird, o NFT da marca. Como também pode comprar coleções de sneakers digitais que vêm com “gêmeos” físicos. Além disso, a cadeia de fornecimento de algodão da Reserva é 100% rastreável através do Blockchain, dando transparência às suas práticas ESG.

Ao invés de colocar o dinheiro para render em um banco, você aplicará seu patrimônio em contratos inteligentes emprestando seu dinheiro e recolhendo proventos peer to peer através de plataformas como a PancakeSwap.

Usuários já podem vender, em vez de doar, seus dados pessoais para redes sociais que, por sua vez, podem revendê-las a anunciantes através do navegador Brave.

Imagine o que essa tecnologia poderia fazer com a gestão pública. Impostos seriam automaticamente calculados, debitados das contas correntes dos contribuintes e diretamente distribuídos a hospitais e escolas, eliminando a corrupção nos processos. Programas de governo estariam registrados em contratos inteligentes no Blockchain. Plebiscitos populares seriam feitos com 100% de segurança e transparência.

Políticos teriam um “balance score card” atualizado com o conjunto da obra, refletindo o que foi prometido e entregue em seus mandatos.

O mundo imaginado por John Lennon, quem diria, parece ter sido desenhado e programado por um cyberpunk libertário de codinome Satoji Nakamoto:

“Imagine all the people sharing all the world. You may say I'm a dreamer. But I'm not the only one. I hope someday you'll join us. And the world will live as one.”